“Será que o amor deveria vir embalado com advertência sobre a saúde: cuidado, pode viciar e ser prejudicial para sua sobrevivência?” Laura Kipnis
Criticar o amor romântico não é criticar o amor. Para algumas pessoas, a ideia desse amor quase sobrenatural se tornou a única forma de amar, por isso é muito difícil imaginar outra forma de se relacionar.
Como construção social, o amor tem ou deveria ter várias formas. Mas essa forma específica do amor romântico tem algumas características bem claras.
O outro vira receptáculo de tudo que gostaríamos que ele fosse. Nos relacionamos com uma pessoa fictícia, criada para suprir nossas necessidades. MAS o dia a dia é impetuoso e a REALIDADE se impõe e somos obrigados a ver quem a pessoa realmente é.
Quando isso acontece, nos sentimos traídos, “como assim você não corresponde as minhas fantasias?”.
Como Regina Navarro ensina bem, são várias as mentiras que o amor romântico conta:
- Só é possível amar uma pessoa de cada vez
- Só se sente desejo pela mesma pessoa a vida toda
- Um complementa TOTALMENTE o outro
- Dois se transformam em UM
- Atividades só tem graça se for com o amado
- Todos DEVEM encontrar um dia a “pessoa certa”
As mulheres são costumeiramente mais impactadas, mas todos somos guiados por sonhos e o amor romântico sequestra nossos desejos através de ilusões que nada correspondem à realidade.